Que este ano foi difícil, não é preciso dizer a ninguém. Estamos agora há 9 meses recém completos em políticas de distanciamento social. Evitar aglomerações, trabalhar 12 horas por dia, tudo isso parece ter se tornado uma nova rotina para muitas pessoas.
Eu, assim como muitas pessoas, não lidei com isso da melhor forma. Foi difícil. Ainda está sendo na verdade. Descontei na comida, engordei muito (não sei o quanto, não quero me pesar), comi muito, sofri muito, chorei muito, tive crises de ansiedade, achei que não ia dar conta, me desesperei, adoeci, mas continuei. E não sei se dá para achar uma vantagem nisso. Não sei se dá pra comemorar o fato de ter seguido em frente, mesmo que com tanto sofrimento. Quero dizer, é ótimo não ter desistido. Mas isso também tem consequências. Digamos que resisti.
Sobrepeso, queda de cabelos, paralisia facial logo no começo. Depois do recesso melhorou? Nada. crises de ansiedade, desligar a câmera no meio de uma reunião para chorar, quase pedir ao psiquiatra para aumentar a dose da medicação (mas decidir segurar um pouco mais), rosácea, memória péssima, dor na coluna e nos joelhos por tanto tempo sentada na mesma posição - se eu acreditava ser sedentária, é porque eu não sabia no que me tornaria neste ano! Eu, que sempre amei cozinhar, estou com raiva de fazer comida. Meu marido tem feito os almoços para nós - não tenho nem palavras para agradecer! Tenho estado tão exausta que prefiro dormir a fazer almoço ao meio dia.
No meio disso tudo, nas últimas semanas de trabalho decidi diminuir o ritmo. Sim, meu ritmo ainda foi insano. Mas eu estava além do meu limite há muito tempo e não havia uma forma de as pessoas responsáveis ligarem menos para isso. Organizei melhor a minha rotina. Passei a me alimentar melhor - iFood estava enriquecendo comigo! Passei a tomar vitaminas (D3, B12, etc). Ainda não deu para fazer atividade física, mas no momento seria mais sofrimento, parece patético, mas é verdade. Se eu alinhar por um tempo a alimentação, eu sei que o ânimo virá, e sou das pessoas que PRECISA de ânimo, na obrigação não vai. E sim, isso é me aceitar como eu sou. Me compreender. Enfim entender que eu sou 8 ou 80 - ou eu estou fazendo tudo certo, ou tudo errado - e preciso é de um meio termo psicologicamente saudável para mim. Não me mimar (porque isso já fiz tanto!), mas entender que eu preciso respirar. Preciso de paz. Preciso conseguir dormir sem sonhar com notas, aulas, relatórios, cobranças por matrículas, medo de perder o emprego. Preciso ler, jogar joguinhos idiotas e assistir filmes e séries.
E sim, eu consegui várias coisas. Consegui dormir mais cedo e por mais que as 5 ou 6 horas de antes. Decidi ou ir ver o mar para acalmar a mente ao meio dia ou tirar um cochilo ao invés de ficar resolvendo pepinos do trabalho na frente do computador. Consegui dedicar os finais de semana a mais descanso - ainda que no domingo eu precisasse pelo menos finalizar algumas coisas. Claro que para isso eu me organizei melhor durante a semana, a às vezes fui além do que eu gostaria à noite, mas foi uma sábia decisão, me ajudou muito. Entreguei algumas coisas com atraso sim - a demanda foi imensa! Mas entre dormir uma noite decente de sono e perder horas preenchendo formulários, tenho optei pela noite de sono.
E eu agradeço muito pelos meus alunos, de 6 e 7 aninhos. Eles foram a parte alegre do meu trabalho, a parte que me fez seguir em frente para entregar o melhor para eles. E eu os amo do fundo do meu coração! Porque o restante foi desanimador.
Mas eis-me aqui. Não forte, mas firme. Equilibrando-me nesta corda bamba chamada 2020. E, quem diria, 2020 chegou ao fim.
Eu sei que falo aqui do alto da minha vida privilegiada. Eu quase enlouqueci (literalmente) de tanto trabalhar, mas eu mantive meu emprego. Eu amarguei 1 ano e meio sem ver meus pais, mas não perdi nenhum familiar e nenhum chegou a adoecer. É um privilégio ter emprego e uma família ainda completa num ano como esses. Sou muito, muito grata por isso.
Hoje finalizamos os 15 dias de isolamento que fizemos após a última aglomeração obrigatória do trabalho, e vamos visitar meus pais e sogros no RS. É um alívio poder vê-los após 1 ano e meio. Eu preferia que eles viessem, mas meu apartamento é pequeno e Florianópolis se tornou um campo minado de coronavírus, com as praias, supermercados e Shoppings lotados e fiscalização de faz de conta. Não os faria correr este risco. E será muito bom passar uns dias com eles!
Eu gostaria de dizer que em 2021 vou postar mais no blog, mas é uma promessa que eu não posso fazer. Eu não sei como será o próximo ano. A perspectiva é assustadora, e a carga de trabalho, ao que tudo indica, vai conseguir ser ainda maior. Então, como eu faço parte do grupo de pessoas que realmente precisa trabalhar o dia todo para se manter, o tempo será menor. Como seria bom se houvesse uma forma de trabalhar e conciliar isso com o blog, as redes sociais e toda essa rede de compartilhamento que eu AMO tanto! Me faz uma falta gigante estar mais presente aqui, compartilhar, buscar novidades, pesquisar, aprender, ensinar. Mas na minha profissão isso é muito, muito difícil. Na rede privada então...
Mas tenho planos de fazer grandes mudanças neste sentido. Quero muito que dê certo algo que estou planejando e quem sabe as coisas mudem de figura. Quem sabe, não é mesmo? O futuro é incerto, mas eu quero ele diferente do que tem sido. Joguei para o Universo, rs...
Enfim, espero que o 2021 de vocês seja muito melhor e mais gentil que 2020 foi. E que Deus possa preencher os espaços vazios que ficaram.
Beijos.
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