Olá, tudo bem? O post de hoje tem o tintuito de falar um pouco sobre os últimos dias de isolamento social. Não tem intenção de dar dica alguma. Nem de ser parâmetro para nada. Apenas falar. Porque falar ajuda.
Hoje é quinta-feira, véspera da Sexta-feira Santa. Estamos há cerca de 3 semanas em isolamento social aqui em Florianópolis. Confesso que algumas datas estão meio borradas na minha memória, rs... O fato é que estamos nesta situação. Marido e eu trabalhando em home office. Essa é a parte boa. Temos trabalho, e isso ajuda demais a ocupar a cabeça. Além do sentimento de gratidão por ainda termos um trabalho em meio à esta crise.
Nós decidimos nos isolar o máximo possível mesmo. O que não é fácil. Temos feito a maioria das compras de supermercado por aplicativos. Mas acabamos precisando ir pelo menos uma vez por semana no supermercado para buscar alguma coisa que os mercados que vendem nos aplicativos não têm. Veja bem, no iFood temos apenas alguns mercados pequenos à disposição. Eles possuem o básico e alguma coisa mais, e isso ajuda bastante. O Rappi tem supermercados maiores, porém o prazo de entrega está gigante. Fiz hoje uma compra que será entregue no final da sexta-feira só. E dei sorte, pois no começo do período de isolamento o prazo estava em praticamente uma semana para entrega. As tele entregas dos supermercados estão com prazos semelhantes também. Então a ida ao supermercado tem sido necessário nestes casos. No mais, permanecemos em casa.
No domingo estávamos muito agoniados com isso, pois já faziam 2 semanas olhando tudo pela janela. Então pegamos o carro e procuramos algum lugar na orla que não tivesse pessoas. Encontramos um lugarzinho e tomamos um sol e um vento fresco. Mas só conseguimos lugar a uns 2km daqui. As pessoas estavam andando pela rua normalmente. Haviam alguns como nós, que você via que só estavam ali recuperando a sanidade mesmo. Mas muitos por aqui seguem uma rotina "normal". O povo aqui só saiu da praia porque a Guarda Municipal passou um seu carro fiscalizando e mandando todo mundo pra casa. Creio que só quando os casos aumentarem demais as pessoas terão um pouco de noção da situação em que estamos.
Fora isso, o trabalho não tem sido fácil, confesso. Eu sou professora alfabetizadora (1º ano). Implantar um sistema EAD para uma turma que ainda é dependente da intervenção dos adultos é muito complicado. Primeiramente porque alfabetização exige intervenção constante no início. Segundo porque os adultos nem sempre têm a paciência que os pequenos precisam. É preciso adaptar totalmente a metodologia para algo que as famílias consigam implementar em casa. Produzir material, selecionar material, produzir e editar vídeos, atender e-mail, Telegram, Clipescola, plataforma EAD. Estou trabalhando pelo menos o dobro do habitual, a demanda é imensa. Nas primeiras 2 semanas foi muito complicado. A demanda de produção era enorme e as famílias estavam muito estressadas com isso tudo, pelos mais diferentes motivos. É toda uma rotina que muda, é o stress todo de estar numa situação assim. Então, além de toda essa produção por trás das cortinas, ainda precisamos dar e ser apoio para as famílias, cheias de dúvidas, inseguranças, medos e em alguns casos, indignações, rs... Hoje estamos com tudo mais sereno. A carga de trabalho só aumenta, porque a verdade é que não existe uma metodologia EAD voltada para a Educação Infantil e Ensino Fundamental I. Estamos tentando construir algo que seja efetivo, do zero, e isso demanda trabalho duro, pesquisa, descobertas e muitas vezes mudanças. É um tempo de bastante desgaste, mas muito aprendizado.
No mais, vamos levando. Eu sou bem caseira, então na maior parte do tempo tudo é bem ok para mim. Mas há momentos em que bate a ansiedade, a vontade de sair, tomar sol, ver gente. Aí eu paro, respiro fundo e sossego. É só por um tempo - apesar de eu achar que esse tempo ainda vai se prolongar bastante.
Às vezes ainda é surreal tudo isso acontecendo. Quando pensaríamos que uma situação dessas iria parar o mundo desta forma? Jamais! E no entanto, cá estamos.
Tentando fazer do limão uma limonada.
O que você tem feito neste período?
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