Vivemos na era das redes sociais. Das reclamações do Twitter. Dos textões do Facebook. Da vida bonita e feliz do Instagram. Nunca tivemos tantos lugares para expôr-nos e nunca compartilhamos tão pouco da nossa realidade.
Em meio a tanta coisa, é difícil não alimentarmos um espírito de comparação. Frequentemente nos pegamos simplesmente desejando ter a vida do outro, as roupas, as viagens, o lazer, o tempo. nem sempre a pura e simples inveja em desejar ter o que é do outro, mas sim um desejo de ter um pouco daqueles momentos para nós.
Acontece que este sentimento de insatisfação pode ir nos empurrando para um buraco sem fundo onde nada basta, pois nada é tão bom quanto o que o outro tem. Podemos acabar num looping infinito de desejos não realizados, de situações forçadas para tentar parecer que a vida não está tão ruim. Parece que nada do que fazemos é tão bom quanto parecia ser na pele do outro. É muito difícil viver em modo comparativo, pois assim sempre sairemos perdendo.
E, quando nos damos conta, culpamos o outro. Culpamos seu exibicionismo, suas fotos posadas, sua falta de ética, enfim, despejamos no outro, mais uma vez, nossas próprias insatisfações. Mas esquecemos de ver que a vida do outro não é perfeita. E que ele quem sabe apenas esteja querendo dividir seus bons momentos, para não precisar lembrar dos ruins. Isso não torna as pessoas menos verdadeiras, elas apenas controlam sua própria exposição. É muito mais do que não querer ser visto por baixo, é apenas querer olhar para uma coleção de fotos em uma rede social e ver uma seleção dos melhores momentos para acalmar o coração nos dias ruins.
Precisamos entender o que há por detrás das câmeras, lentes, celulares e editores de imagem. E parar de culpar o outro, para então podermos buscar nossa própria coleção de fotos de bons momentos. É importante percebermos que aquilo que temos precisa ser suficiente, e se quisermos mais precisamos fazer algo a respeito, mas jamais esquecendo de sermos gratos por tudo o que possuímos.
Quando nos bastamos os momentos parecem ter mais importância, pois são feitos de acordo com aquilo que acreditamos e com a finalidade que julgamos ser importante para nós. E passamos a ter momentos só nossos, com nossas próprias leituras e formas de ver a vida. E isso deve ser mais especial que qualquer foto do Instagram.
E se o momento for tão bom que você esquecer da foto, melhor ainda.
Beijão!
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