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Vivemos uma semana de consternação no Brasil. É uma semana triste em tantos sentidos, que eu não poderia apenas fazer mais um post de frugalidades. Uma semana onde morreram pessoas (tantas!), onde morreu o respeito também, a dignidade.
O acidente com o avião do time Chapecoense configurou uma tragédia sem precedentes. Jogadores, equipe técnica, tripulação, repórteres, tanta gente perdeu a vida num piscar de olhos e as investigações parecem indicar um motivo que não deveria ter se tornado motivo para este acidente. Quantas famílias enlutadas, com uma perda repentina que ninguém imagina, e depois chega como um soco na boca do estômago e é preciso que se lide com isso.
Não bastasse todo esse sofrimento, meios de comunicação foram origem de tanto sensacionalismo, tanta falta de empatia, tanta busca por cliques e likes, que desta vez passou dos limites e revoltou a população. Houve páginas do Facebook que perderam milhares de curtidas - há a estimativa que a perda chegou a um milhão. Não vou nem citar nomes, pois isso só daria mais relevância a este tipo de conteúdo. As famílias inicialmente vinham tendo informações através da mídia mesmo, mas também precisavam lidar com selfies de seus mortos dentro do avião que logo iria cair, com fotos dos corpos sendo compartilhadas em redes sociais - meu deus, quem tira foto de corpos para compartilhar, que tipo de gente é essa! - e aqui eu fico satisfeitíssima por não ter recebido nenhuma.
No meio de tudo isso, nossos políticos não deram trégua e votaram mais ações que os favorecem, e que fazem o povo de palhaço, que os colocam. Tanto na esfera federal, quanto nas estaduais. É um show de horrores, é a certeza da impunidade, é a cara de pau de quem colocou nosso país numa crise violenta da qual não temos previsão de sair sem sangrar muito ainda. Sim, porque todos sabemos que se nossos impostos saíssem de nossos bolsos (cada vez mais vazios!) e fossem direto para onde deveriam, seríamos um país riquíssimo. Porque anualmente trabalhamos cerca de TRÊS meses por ano apenas para pagar nossos impostos. Mas o que temos? A descoberta de políticos que roubaram MILHÕES, a possibilidade de vários outros tipos de crimes do gênero, e nós sabemos que apenas a ponta o iceberg apareceu - e infelizmente sabemos que muitos ficarão impunes. Vejo muitas pessoas cuspindo impropérios à "direita" ou à "esquerda" e percebo que somos todos marionetes feitos de bobos, pois nas câmaras de vereadores, legislativas, prefeituras, senado e afins, não há direita ou esquerda, há um bando de gente sem escrúpulos unindo-se para se safar da punição pelo que fazem.
Então hoje é quarta-feira ainda e já me sinto autorizada a dizer que tivemos uma das semanas mais pesadas do ano, em termos de Brasil. Não sei se foram se juntando tantas coisas umas às outras que parece termos recebido a "cereja do bolo", e chegamos (cheguei!) ao limite, ou o quê.
Então a frase acima veio a calhar. A morte dói, destrói, arrasa. Mas o que morre em nós, e nos outros, no decorrer da vida, com situações como a que vivemos em nosso país, é ainda pior. Porque não vemos um fim para isso.
Que semana difícil!
Beijos.
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